segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O culto ao corpo belo


Nesses seis meses que venho atuando na área pude constatar a maneira como os alunos supervalorizam a obtenção / manutenção de um corpo belo. Tal constatação pôde ser observada apenas pelo discurso de muitos dos alunos. Por exemplo: “Professora, vou fazer academia para ficar mais sarado, para ficar com a barriga de tanquinho”. “Professora, quais exercícios eu preciso fazer para emagrecer?”.
Os discursos nesse sentido evidenciam quão relevante é a beleza corporal para tais jovens. Importância atribuída, talvez, para manter certo status ou até mesmo para a aceitação dentro de um grupo social.
E qual seria o padrão de beleza aceito atualmente? Os meios de comunicação de massa são os principais difusores de tal padrão que prega a beleza masculina enquanto um corpo forte e musculoso e um padrão feminino de corpo magro e esbelto. E o discurso midiático é incisivo em se tratando de assunto beleza. Incontáveis são os programas televisivos ou reportagens de revistas que indicam exercícios físicos e dietas milagrosas para a obtenção de um corpo perfeito em um curto espaço de tempo.


A imposição, pela sociedade, de um modelo de corpo perfeito é totalmente excludente e preconceituosa. Ser gordo, ser baixo, ser magro demais é entendido como um defeito e, sendo assim, não pode ser visto com bons olhos.  
Nesse sentido, acredito que a aula de Educação Física é um espaço propício para a discussão deste tema. É importante discutir e refletir com os alunos as razões que os fazem buscar um ideal de corpo imposto por terceiros. É também importante faze-los refletir sobre os interesses comerciais implícitos nessa busca incessante pelo corpo belo. Academias, clínicas de estéticas, indústrias de cosméticos, etc. Toda essa teia gera altas cifras. E quanto maior for a adesão pela busca da beleza, maior será a lucratividade gerada em todos os ramos da indústria da beleza.
E assim, compreendo que nossos alunos devem aprender a viver e a conviver em respeito à diversidade. E que é essa diversidade que faz o belo e não um ideal fixo de beleza.