No dia 1º de Setembro comemora-se o dia do profissional de Educação Física. Hoje, em especial, escrevo para prestar uma homenagem a todos os colegas de profissão. Parabenizo aos que se dedicam arduamente no seu dia a dia para cumprir os objetivos do seu trabalho em cada âmbito da área da Educação Física. Nossa área que abarca campos de trabalho na área escolar; esportiva; saúde e bem estar; recreação e lazer, enfim, esferas que abrangem o trabalho com grande parte da população. Fato que ressalta a importância da nossa área como um todo. Apesar de, muitas vezes, nossa área não ser tão valorizada como deveria, continuemos lutando e trabalhando com a máxima dedicação para que a valorização que tanto almejamos seja alcançada já em um futuro próximo. Parabéns a todos!
O dia a dia de uma Profª de Educação Física
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
O culto ao corpo belo
Nesses seis meses que venho atuando na área pude constatar a maneira como os alunos supervalorizam a obtenção / manutenção de um corpo belo. Tal constatação pôde ser observada apenas pelo discurso de muitos dos alunos. Por exemplo: “Professora, vou fazer academia para ficar mais sarado, para ficar com a barriga de tanquinho”. “Professora, quais exercícios eu preciso fazer para emagrecer?”.
Os discursos nesse sentido evidenciam quão relevante é a beleza corporal para tais jovens. Importância atribuída, talvez, para manter certo status ou até mesmo para a aceitação dentro de um grupo social.
E qual seria o padrão de beleza aceito atualmente? Os meios de comunicação de massa são os principais difusores de tal padrão que prega a beleza masculina enquanto um corpo forte e musculoso e um padrão feminino de corpo magro e esbelto. E o discurso midiático é incisivo em se tratando de assunto beleza. Incontáveis são os programas televisivos ou reportagens de revistas que indicam exercícios físicos e dietas milagrosas para a obtenção de um corpo perfeito em um curto espaço de tempo.
A imposição, pela sociedade, de um modelo de corpo perfeito é totalmente excludente e preconceituosa. Ser gordo, ser baixo, ser magro demais é entendido como um defeito e, sendo assim, não pode ser visto com bons olhos.
Nesse sentido, acredito que a aula de Educação Física é um espaço propício para a discussão deste tema. É importante discutir e refletir com os alunos as razões que os fazem buscar um ideal de corpo imposto por terceiros. É também importante faze-los refletir sobre os interesses comerciais implícitos nessa busca incessante pelo corpo belo. Academias, clínicas de estéticas, indústrias de cosméticos, etc. Toda essa teia gera altas cifras. E quanto maior for a adesão pela busca da beleza, maior será a lucratividade gerada em todos os ramos da indústria da beleza.
E assim, compreendo que nossos alunos devem aprender a viver e a conviver em respeito à diversidade. E que é essa diversidade que faz o belo e não um ideal fixo de beleza.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Os retrocessos da Educação Física escolar
Há alguns dias deparei-me com uma notícia que me fez refletir sobre qual a finalidade está sendo atribuída às aulas de Educação Física na escola. Qual seria o imaginário que professores de outras disciplinas, gestores, e os próprios alunos carregam sobre a presença e importância das aulas de Educação Física.
Sabemos que à nossa área, ao longo dos anos, foram atribuídas inúmeras finalidades que convergiam com os interesses políticos e sociais de cada época. Em linhas gerais as aulas de Educação Física eram responsáveis pela formação acrítica de homens fortes, pela manutenção de corpos saudáveis, bem como pela formação de atletas esportivos.
Com o decorrer do tempo muito se discutiu sobre a finalidade que mais se adequaria à educação física inserida em um contexto escolar. Após muitos estudos e reflexões de um sem número de pesquisadores e estudiosos sobre o assunto chegou-se a um conceito de uma área que se respalda em uma tendência que defende a Educação Física enquanto o componente curricular responsável pela formação de seres conscientes, críticos e autônomos em relação às possibilidades do seu movimentar-se em meio ao seu contexto. E para isso, faz-se necessário o trabalho pedagógico com a imensidão de conhecimentos presentes em nossa área que podem ser divididos em grandes eixos temáticos, sendo eles, os jogos, esportes, ginásticas, lutas e atividades rítmicas.
Destarte, constata-se certa evolução no pensamento que tange à finalidade da disciplina de Educação Física na escola. Assim, retomo o início do post em que mencionei a notícia que me instigou a tal reflexão. Segue a seguir o link da notícia:
Instalação de academias dentro do espaço escolar. Um avanço ou um retrocesso? Não estaríamos retornando ao ideal de Educação Física defendido há algumas décadas? Aquela em que o importante era a formação de homens fortes e saudáveis? Com as aulas realizadas nas academias, onde ficariam os demais conteúdos. Creio que aulas voltadas apenas para as atividades de academia restringem em demasia o acesso do aluno à imensidão de conhecimentos da cultura corporal.
Contudo, a fala que mais me preocupa é o entendimento da diretora da escola. “os equipamentos para exercício foram uma grande melhoria na escola, um atrativo a mais para os alunos”. Acredito que pior do que ser responsável apenas pela formação de seres fortes e saudáveis é servir tão somente como um atrativo para os alunos.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
O país do Futebol
Brasil! Um país que cultiva uma valorização exacerbada da cultura futebolística. A todo o momento o futebol é o assunto discutido nas tvs, nas rádios, nos jornais e em inúmeras rodas de conversa. Uma paixão nacional que a cada dia agrega mais adeptos tanto como espectadores quanto como praticantes. Jovens que sonham em adentrar o mundo desse esporte em busca de fama e, principalmente, de altas cifras em euros ou dólares. Pois bem, e qual seria a relação dessa cultura construída em torno do futebol com as aulas de Educação Física na escola? Para a grande maioria dos alunos as aulas de Educação Física resumem-se apenas em jogar bola. E nada mais que isso. Um imaginário que ignora um vasto repertório de conhecimentos sobre a cultura corporal que podem ser construídos dentro do contexto escolar. Infelizmente, a relevância atribuída pelos alunos a tais conhecimentos é de um valor ínfimo. O que realmente lhes importa é a “pelota”. E se não há uma bola, qualquer objeto que possa rolar é utilizado em sua substituição, enquanto que um mero par de chinelos torna-se a trave de um gol. E assim, no meu dia a dia não há uma turma sequer que não me pergunte se haverá na aula uma partida de futebol. Essa é a realidade. O professor que se dispõe em apresentar a imensidão do mundo da Educação Física que não gira em torno do futebol, e os alunos imersos apenas no mundo da bola.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
O primeiro dia letivo
As aulas nas escolas públicas do Estado de São Paulo começam às 7 horas da manhã. Logo, como ainda prevalecia o horário de verão, a lua ainda brilhava no céu no momento do meu despertar para o meu primeiro dia de aula, agora como professora e não mais como aluna. Estava ansiosa para saber o que estava por vir a partir daquele dia. O fato é que quando o início do ano letivo ocorre em uma quinta-feira, poucas pessoas aparecem e, consequentemente, não pude conhecer a totalidade dos alunos.
Ao soar do sinal, coloquei os pés nos corredores que dão acesso às salas de aula e logo se acumularam vários alunos ao meu redor com o intuito de conhecer a nova professora de Educação Física. E em instantes surgira a pergunta que ouviria todos os dias em que entro nas salas de aula: “Professora, a aula hoje vai ser na quadra?”, E posso afirmar com veemência que não houve um dia sequer em que pelo menos um aluno não tenha realizado tal pergunta.
Enfim, posso dizer que naquele dia os alunos saíram decepcionados. A ânsia em ir para a quadra já no primeiro dia de aula foi suprimida no momento em que os comuniquei sobre a reforma inacabada do local. E, conformados, aguardaram a minha próxima aula com a esperança e na torcida para que a reforma fosse concluída o mais rápido possível.
Nas primeiras semanas de aula tudo ocorreu na perfeita paz. Tudo acima das minhas expectativas. Contudo, com o passar de mais algumas semanas os problemas começaram a aparecer e a verdadeira realidade escolar começou a ser desvelada.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Primeiras impressões
Passada a euforia da aprovação em um concurso público, tratei de cuidar da parte burocrática para o ato da posse. Encaminhei-me até à escola para a entrega dos documentos necessários e aproveitei para conhecê-la. O ano letivo ainda não havia começado. Todos ainda deleitavam o recesso escolar. Não havia, naquele dia, professores nem alunos, apenas os secretários e os membros da direção. Pairava um silêncio incomum ao cotidiano de uma escola. A primeira impressão sobre o novo local de trabalho foi das melhores. Em um país em que muito se ouve falar no sucateamento das escolas públicas, ao menos aquela não se encaixava nessa lamentável situação. Aliás, estava recém-reformada, com pintura nova e até mesmo possuindo uma quadra coberta (o que, sinceramente, eu não esperava encontrar). Estava até preparando-me para enfrentar as intempéries climáticas a que os professores de Educação Física estão sujeitos quando não desfrutam de uma quadra com sua devida cobertura.
Enfim, tive um conhecimento superficial do local, visto que a escola em seu cerne, eu conheceria somente após o ecoar do sinal do primeiro dia de aula. Afinal, qual a essência de uma escola que não tem professores e nem alunos frequentando e percorrendo os corredores e salas de aula do prédio escolar? Então, apenas aguardei a chegada do dia 10 de fevereiro, a data do verdadeiro início do dia a dia de uma professora de Educação Física.
domingo, 3 de abril de 2011
Apresentação
Realizo neste primeiro post uma breve apresentação sobre mim. Sou professora de Educação Física da rede pública do Estado de São Paulo e leciono em duas escolas da cidade de Bauru. Sou formada pela Universidade Estadual de Londrina há dois anos e até dois meses atrás nunca havia adentrado os muros escolares para exercer a profissão. Até então trabalhava em outras áreas, aguardando uma oportunidade de colocar em prática o que havia aprendido durante quatro anos de faculdade. Todos os recém-formados sabem da dificuldade de conseguir o primeiro emprego, principalmente para os professores que tem como locais de trabalho apenas a escola pública e privada. O exercício dessa profissão na escola pública ocorre via concurso público e, normalmente, na escola privada via "Q.I" (ter Quem Indique). Em vista disso, empenhei-me em prestar inúmeros concursos.
Enfim, no ano passado fui aprovada e nomeada no concurso para professor de PEB II do Estado de São Paulo. Por fim, havia alcançado o objetivo almejado para aquele momento. A minha vida dali em diante resumir-se-ia em uma série de mudanças, aliás, diga-se de passagem, de grandes mudanças. Uma profissão, uma cidade, um estado, uma casa nova. Mergulhei de cabeça em um mundo desconhecido que até o presente momento não desvendei totalmente. Entretanto, o meu maior receio era o que a realidade escolar me destinava. Como seriam os alunos, os outros professores, os membros da direção e a infraestrutura escolar. Mas enfim, deixarei para relatar as minhas primeiras impressões sobre a escola, sobre a realidade do ensino público, bem como do dia a dia nas aulas de Educação Física nos próximos posts.
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